O Ibovespa seguiu o mesmo sentimento de oportunidade de ontem e subiu 0,77%, aos 133.514,94 pontos, uma alta de 1.019,78 pontos, bem abaixo da máxima da sessão, que foi dos 134.921,66 pontos, uma diferença do pico ao fechamento de mais de 1,5 mil pontos.
O dólar comercial terminou o dia com baixa de 0,36%, a R$ 5,44, afastado da mínima. E os juros futuros (DIs) se comportaram como se nada estivesse acontecendo e oscilaram bem próximos da estabilidade.
E o que está acontecendo? Além das tensões no Oriente Médio, que ainda não se tornaram exatamente uma guerra, há a greve preocupante dos portuários nos EUA, o preço do petróleo e, claro, a elevação da nota de cr&ea cute;dito do Brasil pela Moody’s anunciada ontem, após o fechamento do mercado.
Todos os acontecimentos mexeram nas Bolsas, embora sem que Wall Street se descolasse muito da estabilidade – os investidores entraram em modo cautela diante do que a geopolítica vai apresentar e dois dias antes da divulgação do mais importante relatório sobre o mercado de trabalho nos EUA, o payroll, que sai nesta sexta (4).
Rating elevado
No Brasil, a elevação da nota de crédito, a um degrau de conseguir o grau de investimento, gerou muito debate. O governo, obviamente, comemorou. Enquanto isso, o mercado divergeu. Andrei Spacov, economista-chefe da Exploritas, foi direto: “As agências de rating estão mais olhando para o retrovisor do que para frente“.
A elevação surpreendeu e foi considerada polêmica, principalmente por se basear em melhora no fiscal, um dos pontos considerados fracos da economia brasileira e que volta e meia preocupa os investidores.
Para a Ágora Investimentos, o desconforto com as contas do governo segue no pano de fundo e há um incômodo com a decisão do governo reduzir o contingenciamento de gastos e começar a mirar na banda de baixo da meta de superávit primário, o que pode ser arriscado se o crescimento desacelerar.
Por essas e outras que parte do mercado considerou a decisão “totalmente incompatível com a realidade”. Apesar do embate entre visões, os negócios mostraram que, afinal de contas, a notícia foi positiva. O Ibovespa chegou a subir mais 1,7% antes de desacelerar mais no meio da tarde.
Ibovespa sobe com commodities e setor financeiro
Entre as ações, a Petrobras (PETR4), que ontem apresentou uma alta ampla, hoje passou o dia no campo positivo, de forma sustentável, e fechou com mais 1,38%, ajudada pelo impulso com o preço do petróleo internacional.
As petro juniores não seguiram o mesmo sentimento de ontem e terminaram mistas: PRIO (PRIO3), -0,32%; Petrorecôncavo (RECV3), +1,92%; e Brava (BRAV3), -2,28%.
A Vale (VALE3) obteve a segunda vitória seguida, com mais 0,55%, e conseguiu apoio da CSN Mineração, que avançou 3,09%, além das siderúrgicas, que também ganharam, com destaque para Gerdau (GGBR4), com mais 1,25% e a mais negociada dentro do setor.
Bradesco (BBDC4) foi um dos grandes destaques do dia, com mais 3,59%, contudo o setor financeiro em sua maioria subiu. BB (BBAS3) ganhou 0,26%, Itaú Unibanco (ITUB4) avançou 0,62% e Santander (SANB11) ficou com mais 1,89%. B3 (B3SA3) terminou com alta de 2,15%.
MRV (MRVE3) seguiu no embalo da alta de ontem, recomendada por um grande banco, e subiu 4,23%. Enquanto isso, Azul (AZUL4) recuperou parte das perdas da sessão anterior, agora subindo 4,87%, ainda acima dos R$ 6.
No geral, a sessão foi bastante positiva para o Ibovespa. Pouco mais de 10 ativos terminaram no vermelho. Vamos (VAMO3) liderou essas perdas, com 6,66%. Embraer (EMBR3) perdeu 1,70%.
Outubro só viu o Ibovespa subir nesses dois pregões, mas entre bombas, ameaças, notas de crédito e commodities, tudo pode acontecer. (Fernando Augusto Lopes)
Fonte : Infomoney