Maria Cristina FriasEm um cenário em que a crise na Argentina se agrave e o país vizinho tenha uma grande queda no PIB, o impacto na economia brasileira será pequeno, segundo cálculos do Ministério da Fazenda.
A equipe da pasta levantou hipóteses sobre duas possibilidades de problemas, diz Fabio Kanczuk, secretário de política econômica.
A primeira seria a de os investidores estrangeiros evitarem títulos de países emergentes ou da região.
A outra alternativa é de uma piora nas relações comerciais entre os dois países em decorrência da recente corrida contra a moeda argentina.
Ainda assim, o impacto seria reduzido, segundo Kanczuk. Ele fez contas de duas formas e chegou a estimativas semelhantes.
“A correlação entre o PIB deles e o nosso é baixa. Se eles tiverem uma recessão de 1%, nossa economia seria afetada negativamente em 0,005%. Se diminuírem muito as compras que fazem de nossos produtos, perderíamos 0,008%.”
Para alguns setores, entretanto, problemas econômicos no país vizinho podem representar perdas relevantes.
“A coisa mais importante no cenário externo para o Brasil é a Argentina dar certo. Graças a exportação de carros para eles nós começamos a sair da crise”, diz Thomaz Zanotto, diretor de relações internacionais da Fiesp.
O governo de Maurício Macri trabalhou para facilitar a relação comercial, segundo uma pessoa que acompanha a relação entre os países.
O presidente não foi capaz, no entanto, de resolver graves problemas econômicos, como a inflação em alta, o deficit primário e em conta corrente, de acordo com o diretor da entidade.