Senador Renan Calheiros ainda estendeu a sua crítica ao prefeito JHC e ao deputado federal Arthur Lira - Foto: Agência Senado
A classe política em Alagoas continua a se manifestar contra a instalação de um terminal de ácido sulfúrico no Porto de Maceió. Desta vez, por meio de suas redes sociais, o senador Renan Calheiros (MDB), fez críticas à proposta e estendeu o seu pensamento crítico ao prefeito de Maceió, JHC (PL) e ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP).
De acordo com o senador, após abandonar as vítimas da Braskem, tanto JHC quanto Lira querem transformar Maceió em uma Chernobyl (tragédia da usina nuclear ocorrida em 1986 na extinta União Soviética), com a possível instalação de um terminal de ácido sulfúrico no Porto de Maceió.
‘’Veja o fruto da aliança entre JHC e Arthur Lira. Depois de abandonarem as vítimas da Braskem querem transformar Maceió em Chernobyl. Agora, querem nos intoxicar com bombas químicas. Resta saber se a Megalic [empresa alvo da Polícia Federal investigada por supostos desvio em contratações em kits de robótica junto ao governo Bolsonaro], fez os tanques tóxicos’’, escreveu Renan em suas redes sociais, no último domingo.
Abaixo do texto, o senador repercute reportagem do jornalista Carlos Madeiro, do portal UOL, publicada também no domingo, que trata ‘’da instalação de um tanque do tamanho de um prédio de seis andares que vai estocar ácido sulfúrico no porto de Maceió, que fica em área urbana, ao lado dos famosos corais da praia de Pajuçara’’.
NOTA
Em nota enviada à Tribuna Independente, a Prefeitura de Maceió informou que não tem competência para conceder licença de atividade de ácido sulfúrico, sendo essa atuação de caráter exclusivo dos órgãos ambientais dos governos estadual (IMA) e federal (Ibama).
“Com relação à Empresa Timac, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo concedeu, em 2022, apenas a certidão para uso e ocupação de solo em Jaraguá, um documento meramente informativo sobre os parâmetros de construção da área requerida, o que não significa liberação ou alvará para construção de galpão e atividade qualquer que seja, que carecem de análise e/ou aprovação de outros entes públicos”, explica o texto.
A nota diz ainda que, no caso específico da produção de ácido sulfúrico, só o Estado e Governo Federal podem autorizar. “De modo que não há nenhuma atribuição legal do Município para o exercício de tal atividade no porto da capital. Outrossim, a gestão JHC tem priorizado a política ambiental sustentável e não permitirá, jamais, qualquer ação em contrário”, concluiu.
ENTENDA
A instalação de uma Unidade de Recebimento e Estocagem de Ácido Sulfúrico no Porto de Maceió está sendo questionada por especialistas, entidades ambientais e pelo Ministério Público de Estadual, que pediu a impugnação da construção. O caso foi denunciado pela reportagem da Tribuna Independente.
O terminal onde o ácido sulfúrico ficará armazenado deve ser construído uma área de quase 8 mil metros quadrados no Porto de Maceió, localizado entre as principais praias urbanas da cidade.