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Índice de abstenção nas eleições municipais

O índice de abstenção nas eleições municipais observados
nos 6 últimos pleitos realizados 2004, 2008, 2012, 2016, 2020 e
2024, tem registrado uma forte apatia do eleitor pelo processo
político/ eleitoral.
 
          Consolidando os números registrados nas eleições realizadas
nas principais capitais da região Sul, Sudeste e Centro Oeste, a saber:
São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre,
Goiânia e Campo Grande, que representa um Colégio Eleitoral de
20,53 milhões de eleitores, observamos que o índice de abstenção,
apesar do voto ser "obrigatório", evoluiu de acôrdo com os seguintes
valores ( tabela em anexo):
 
                         ÍNDICE DE ABSTENÇÃO
                          Eleição de 2004 :   16,86%
                          Eleição de 2008 :   17,98%
                          Eleição de 2012 :   18,84%
                          Eleição de 2016 :   23,35%
                          Eleição de 2020 :   31,88%
                          Eleição de 2024 :   31,48%
 
           A falta de interesse da população apta para escolher seus
representantes políticos,registrou um aumento de 87% nos últimos
20 anos, afora os eleitores que votaram em branco ou anularam seus
votos.
 
          Tamanho desinteresse por parte da sociedade , notadamente 
nos principais centros culturais urbanos da população brasileira, não
se manifesta por acaso.
          Importante aprofundar a análise, para tentar identificar as reais
motivações, pois no limite da inferência, podemos deduzir que o
sistema político/eleitoral , da forma como está operando, não está 
espelhando, representando, o pensamento e as aspirações de parcela
significativa da população.
 
            No plano político partidário já podemos identificar, que a difusão
de 29 partidos políticos existentes no Brasil, não permite a formulação
de políticas econômicas consistentes , a longo prazo, em sintonia com
os efetivos interesses da população.
 
            O gigantismo da máquina pública, nas esferas federal, estadual
e municipal, consome a capacidade de poupança para investimento em
programas de crescimento econômico sustentável,notadamente na área
de infraestrutura e educação, fundamentais para eliminar a forte
dispersão na distribuição da renda e da riqueza nacional.
 
             Durante esse mesmo período de 20 anos, o crescimento da 
economia do Brasil, registrou o mais baixo desempenho,quando
comparado com as 15 economias emergentes , conforme os dados
publicados pelo Banco Mundial.
 
            A taxa de crescimento do Produto Interno Bruto do Brasil,
registrou índice de apenas 0,95% ao ano, no período de 20 anos, de
2004 à 2023.
           Nesse mesmo período a economia da China cresceu a taxa de
9,61%, o Vietname 9,61%, Bangladesch 9,49% e a Índia 5,73%.
          O desempenho de todos os 15 Países emergentes está registrado
na tabela em anexo.
 
          Essa quase estagnação econômica ratifica que as políticas de 
alocação da poupança interna do País não estão resultando em 
prosperidade social. 
         Estamos vivenciando o ciclo vicioso da pobreza. 
 
         Por outro lado, o forte protagonismo do Poder Judiciário no 
processo político/eleitoral estabelecendo regras operacionais
aleatórias, em função de ocorrências conjunturais, fortalece a 
percepção de descrença e afastamento do eleitor .
         As regras para financiamento de campanha , a falta de escrutínio
dos votos, entre outras medidas adotadas pela corte eleitoral,constituem
 elementos importantes no processo de apatia. 
 
         O modelo de realização das eleições implantado no Brasil, não 
encontra equivalência em nenhum outro País . Consiste em um sistema
intervencionista e extremamente oneroso para o contribuinte. 
 
         A evolução tecnológica em curso , em todas as economias do
planeta, América do Norte, notadamente o Estados Unidos, Países
da Europa e Ásia,estão forjando uma nova relação entre a sociedade
produtiva e o Estado Intervencionista.
 
         
         Consiste em tarefa fundamental para a classe política brasileira ,
em especial o poder legislativo e o poder executivo, a correta leitura
 dos anseios da sociedade para a correção dos rumos a serem 
implementados .
     
       A mensagem das urnas , de forma avassaladora, é muito clara.
      O modelo em curso, está esgotado.

José Ribeiro Toledo Filho
Economista
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