Quando Donald Trump suspendeu a bandeira da tarifaço sob o lema Make America Great Again (MAGA) , a promessa era clara: trazer fábricas de volta para casa, turbinar os empregos e reduzir o déficit comercial dos EUA, especialmente com a China. No papel, parecia um movimento impedido de reposicionar os EUA no tabuleiro econômico global.
Nos últimos alguns anos, a pergunta continua ecoando: será que esses objetivos estão sendo práticos — ou ainda é cedo demais para medir os efeitos?
Os números mostram um quadro cheio de contradições. Houve, sim, alguns sinais de repatriação de investimentos e iniciativas para fortalecer a produção doméstica. No entanto, o impacto direto sobre a geração de empregos é tímido, enquanto a redução dos déficits comerciais segue distante da retórica de campanha. A verdade é que a interdependência das cadeias globais de produção não se rompe com decretos ou tarifas.
Por outro lado, o bolso do cidadão americano sente mais rápido os efeitos: aumento no custo de vida, produtos importados encarecidos, queda na entrada de turistas estrangeiros e mudanças de consumo — muitas vezes forçadas — em direção a bens nacionais ou vindos de outros fornecedores, nem sempre mais baratos ou de qualidade superior.
A tarifa , portanto, gerou tantos aplausos quanto críticas. Para alguns, foi uma resposta firme diante da ascensão chinesa; para outros, um tiro no pé que penaliza o consumidor e gera incertezas.
Talvez só em 2026 possamos enxergar o saldo real dessas medidas. Até lá, resta acompanhar os indicadores e observar se Trump foi o arquiteto de um novo ciclo de fortalecimento da economia americana ou apenas o protagonista de mais uma miragem populista.