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"A Europa precisa se unir", diz Von der Leyen

Em entrevista à DW, política alemã comenta sua escolha para o cargo de presidente da Comissão Europeia e os desafios que tem pela frente. Para ela, neutralidade climática até 2050 e digitalização são prioridade.

Ursula von der Leyen

Von der Leyen: "Os últimos dias foram os mais intensos da minha trajetória política"

O Parlamento Europeu aprovou nesta terça-feira (16/07) a indicação da ministra da Defesa alemã Ursula von der Leyen para presidir a Comissão Europeia. Ela será a primeira mulher a chefiar o Executivo da União Europeia (UE), além de a primeira pessoa de nacionalidade alemã a ocupar o posto desde 1967. Ela foi eleita com 383 votos, nove acima da maioria absoluta necessária de 374 votos.

Aliada da chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, e filiada à União Democrata Cristã (CDU), Von der Leyen, de 60 anos, também já havia sido a primeira mulher a comandar o Ministério da Defesa da Alemanha desde a sua criação, nos anos 1950.

Em entrevista exclusiva à DW, ela comenta sua escolha para a presidência da Comissão Europeia e suas prioridades no cargo. Para ela, é fundamental que diferenças entre leste e oeste e norte e sul sejam superadas na Europa.

DW: Como você está se sentindo?

Ursula von der Leyen: Estou aliviada e feliz. Os últimos dias foram difíceis: eu tive que formular diretrizes políticas e convencer os eurodeputados – e isso em pouco tempo. Eu consegui e estou feliz agora.

É um peso o fato de você ter sido eleita por uma maioria de apenas nove votos?

Uma maioria é uma maioria, e eu ainda não tinha isso há duas semanas. Eu entendo, pois os deputados deixaram claro que primeiro queriam me conhecer melhor e saber mais sobre o meu programa. Eles disseram: "Queremos conhecer os detalhes e os tópicos que estão em jogo nesta votação." Foi um período difícil e intenso, o mais intenso da minha trajetória política.

Você fez muitas promessas no seu discurso. Você tem consciência de que será difícil cumprir todas as promessas, certo?

Não se trata de promessas, mas do que é certo. Isso é política, algo que queremos fazer avançar. Se queremos que a Europa atinja a neutralidade climática até 2050, precisamos agir. Precisamos agir com coragem para alcançar esses objetivos – para o nosso planeta e para as nossas vidas. Portanto, todos esses temas são extremamente importantes. Precisamos ser muito ambiciosos ao abordá-los.

Qual é a sua prioridade?

Na minha opinião, a neutralidade climática até 2050 – associada a uma redução das emissões de gases do efeito estufa até 2030 – e a digitalização têm prioridade máxima. Esses são os maiores problemas, mas também oportunidades que temos de enfrentar.

Você precisará trabalhar com um Parlamento dividido, no qual será difícil formar maiorias. O Conselho Europeu também está dividido. Existe uma lacuna entre os europeus do leste e os demais Estados-membros, por exemplo na questão da migração. Como você pretende lidar com isso?

É essencial que superemos a divisão entre leste e oeste. Sei que os europeus do leste sentem frequentemente que não são plenamente reconhecidos na UE. Como ministra da Defesa, estive muitas vezes nesses países e tenho muitos colegas lá que confiam em mim. Por isso, sei como trabalhar em conjunto e melhorar as relações.

Há também uma divisão entre norte e sul. Isso tem a ver com competitividade e flexibilidade. Também essa lacuna precisa ser superada, porque a Europa precisa estar unida. Há muitas questões importantes com as quais temos que lidar. A Europa precisa desempenhar um papel para isso – e isso só é possível se estivermos unidos.

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